“...e a flor da chuva no capim
tem mais perfume”
Costa Andrade
Fui nomeada no esteio do vento.
Aí é que eu,
de menina,
pedia chuva e achava
que tinha parte com o tempo.
Fazia um ritual diário de rede e suco
depois do almoço.
Nutria o meu exercício
de domar vento.
A chuva?
Às vezes, vinha.
Se vinha, era a meu contento:
Liquefazia meus sonhos,
Embalava o compasso rangido da rede,
Batia mais de mil dedos no tambor
das telhas
e da terra.
Cheirava a frescor.
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